Sem dúvida, teremos muitos contrapontos, mas predominam certas normatizações muitas vezes camufladas de valores que consideramos positivos, daí a grande dificuldade de tratarmos criticamente certos enunciados, pois tendemos a apreender o conjunto, a totalidade, o universal. Nesse caso, um trabalho de catar feijão (como não catamos mais…), retirando as impurezas para selecionar os melhores grãos fosse necessário para lembrarmos que no discurso acontece o mesmo.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
UMA QUESTÃO DE DISCURSO: MÍDIA, GÊNERO, AMOR, POLÍTICA...
Sem dúvida, teremos muitos contrapontos, mas predominam certas normatizações muitas vezes camufladas de valores que consideramos positivos, daí a grande dificuldade de tratarmos criticamente certos enunciados, pois tendemos a apreender o conjunto, a totalidade, o universal. Nesse caso, um trabalho de catar feijão (como não catamos mais…), retirando as impurezas para selecionar os melhores grãos fosse necessário para lembrarmos que no discurso acontece o mesmo.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
MULHER, MÍDIA E ESPORTE
domingo, 6 de dezembro de 2009
EXERCÍCIOS DO VER
A imagem da cantora com o olho roxo circulou exaustivamente pela inernet.
Os vídeos musicais são valiosos objetos de estudo e merecem mais atenção, pois são produtos a serem consumidos pelas massas, homens e mulheres, e que materializam comportamentos de gênero com a ajuda eficiente das linguagens audiovisuais.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
MOCINHAS E BANDIDAS
Na programação, seriados de diferentes matizes: futuristas (Robô Gigante, Os Invasores do Espaço, Os Vingadores do Espaço) que traziam temas ligados à ciência e à tecnologia, mas sem muitas inovações do ponto de vista dos papéis sociais de gênero. Os Vingadores do Espaço, por exemplo, era um seriado formado por uma família nuclear de robôs: um homem e uma mulher, em papéis tradicionais, além de um casal de filhos. Pelo visto, o futuro não era o feminismo.
Além do matiz futurista, os seriados se mostravam também míticos (O Planeta dos Macacos, Poderosa Ísis), outros mais urbanos (Mary Tyler Moore, Police Woman, As Panteras, Julia, Jennie é um Gênio, A Feiçeira). Destes urbanos, alguns eram tematicamente policiais: As Panteras, Police Woman e A Mulher Biônica. Esta última por sinal passou boa parte protagonizando o seriado, até que inventaram um affair com o Homem de Seis Milhões de Dólares e seu glamour perdeu-se. Ser coadjuvante pelo visto não atraía muito a audiência.
A questão é que eram muitos seriados. Muitos protagonizados por mulheres. Impossível não nos lembrarmos dos rodopios de Diana Prince para se transformar na Mulher Maravilha. Foi um período formado visivelmente por protagonistas mulheres solteiras, poderosas e felizes: Julia, Poderosa Ísis, Mulher Maravilha, As Panteras, Police Woman, Mary Tyler Moore... Todas elas com poderes paranormais ou normais, atuando em espaços antes reservados ao homem. Apesar dessa inserção em um novo espaço, as mulheres eram descritas como femininas, com olhar masculino - male gaze. É só observarmos os cabelos das atrizes. Mesmo correndo, saltando e se jogando pelo chão, estavam quase sempre bem maquiadas e penteadas. O ator que interpretava Bosley em As Panteras dizia que elas levavam horas só para arrumar os cabelos.
Ao mesmo tempo em que os seriados apresentavam as mulheres protagonizando as narrativas urbanas, em geral exibidas à noite, durante à tarde, na conhecida "Sessão da Tarde", os filmes vistos eram os dos anos 40 ou 50. Melodia Imortal, cuja trilha sonora trazia Noturno de Chopin, Melodia Interrompida, Suspiro de Uma Saudade e filmes de aventura envolvendo piratas e mocinhas destemidas que eventualmente desembainhavam a espada e enfrentavam os bucaneiros nos navios. Lembro-me de Burt Lancaster chamando os piratas de bucaneiros para confronto. Era um enunciado cheiro de heroísmo. Histórias de aventura e de amor, entre lutas, mortes e pouco sangue, com o eterno ocidental clichê do bem que vence o mal.
Um detalhe, quase todas nós sabíamos os nomes dos atores e atrizes e, eventualmente, dos diretores. No Corujão da Madrugada, que literalmente passava após a meia-noite, passavam os filmes que hoje não vemos nem na TV fechada. Primorosos, raros, cult...
Mulheres que voavam, lutavam com espadas, livravam-se das balas com um simples bracelete, manejavam bem as armas de fogo, e que, apesar de todas as peripécias, apaixonavam-se. Lembro-me de uma cena de As Panteras em que Sabrina se apaixonou. Esse episódio foi um dos piores, a meu ver, pois o fato de ter se apaixonado a fez se afastar do grupo. No final, ela se separa do homem e retorna para a equipe. Esferas difíceis de serem conciliadas...
Isso sem falar nas mulheres tidas como más, porém de um charme espetacular. Endora, mãe da Feitiçeira, era a sogra mais encantadora. Feminista, não queria ver sua filha sem seus poderes, o que sempre era um problema para o marido, mas a mãe a persuadia a preservá-los como forma de manter-se no controle. Outra vilã encantadora era a Mulher Gato, arquiinimiga de Batman, diferentemente de Batgirl, a mocinha, coadjuvante sem muita expressividade, a Mulher Gato era insuperável, "roubando" muitas vezes o protagonismo de Batman.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
BARBARELAS E NIKITAS DOS TRÓPICOS
Não me elegeram a garota do fantástico, não me subornaram, será que é meu fim” (Cazuza)
Demorei a postar um comentário sobre a professora que foi demitida porque subiu ao palco para executar uma coreografia com base em uma música de pagode.
Sabemos que as coreografias das músicas de pagode ressaltam movimentos do corpo da mulher (não excluindo o masculino, mas a significação é outra, até porque atravessado pela cultura de gênero) sustentados pela forte carga apelativa em torno da sua erotização. O caso em questão tem sido alardeado pela mídia e me interesso em expor aqui alguns pontos que considero oportunos salientar.
A repercussão do fato, através de um vídeo amplamente divulgado no youtube, chama a atenção para a profissão (professora) e o nível que ensina (infantil), muito embora outras meninas estivessem no palco realizando a coreografia. Isso significa que a identificação da profissão dessa mulher foi determinante, já que as outras, que também estavam no palco, passaram despercebidas, ou seja, o problema está muito mais na afronta que a professora fez a um código burguês, portanto, transgressora nesse aspecto, do que na dança em si. Isso porque não se está interessado nas mulheres que erotizam seus corpos, mas em uma mulher específica, vista como representante da classe burguesa, ou ainda que a burguesia elegeu para representá-la. Esse “choque” fica visível quando o imaginário entra em cena. Em um dos vídeos divulgados o título ressalta sentidos que demonstram bem a zona de conflito das culturas: “professora putona”, “professora dança todo enfiado”, etc. Acontece que na sociedade pesou a moral burguesa. Nenhum movimento se pronunciou a respeito, saiu em defesa, ao contrário, silenciaram-se. Somos todos burgueses?
As meninas dançam dessa forma em outros espaços, mas como não são exibidos e não geram maiores repercussões também não geram reações. Independente de ser professora, o que considero importante discutir é a espetacularização do corpo da mulher reduzido a objeto de referência masculina. O fato de não ser professora não minimiza o problema. O pagode baiano tem produzido meninas ávidas por se encaixar em um produto engendrado pela indústria cultural, meninas prontas para o consumo. Mas que consumo? Interesso-me em analisar o modelo de sociedade que sustenta essas práticas sociais, pois desde cedo as meninas são incentivadas a desfilarem seus corpos pelos bairros e shoppings, congelando-se em uma imagem que reproduz os valores de uma sociedade que as ignora em sua humanidade. Meninas pobres ou de origem pobre, na sua maioria negras, são estimuladas a exibirem seus corpos e formatá-los conforme os interesses econômicos de uma classe dominante. Em nossa cidade, a exploração do corpo feminino é visto como gerador de uma cultura de gênero assimétrica por onde perpassam as dimensões de classe e raça, embora considere as práticas sociais uma tessitura complexa, pois nem sempre quem explora é tão Outro assim, às vezes, muitas vezes, é a nossa própria imagem especular.
O que eu gostaria de chamar a atenção é para uma questão muito mais ampla que é a mulher vista como um subproduto de uma indústria de consumo: as barbarelas e nikitas dos trópicos.
domingo, 28 de junho de 2009
A HEGEMONIA HETERONORMATIVA NA MÍDIA
A loja hoje não funciona mais, mas não associo a esse gesto. Na época, lembro-me de ter perguntado ao vendedor como as pessoas estavam reagindo, pois a ostensividade do que não é normativo previa respostas. Segundo ele, algumas pessoas reagiam positivamente, mas as "senhoras", baluartes da moral e bons costumes, tinham reagido negativamente. Acontece que as imagens não estavam isentas de apelo erótico e isso serviu para escamotear o preconceito homofóbico.
O casal hetero, que estava ao centro, simulavam um beijo terno, focando apenas o rosto de ambos. O casal de homens estava representado de corpo inteiro, nus, corpos musculosos, um de frente para o outro, em um gesto de carinho. Já o casal de mulheres focalizava apenas o rosto, sendo que a expressão facial emitia sinais de gozo (olhos fechados, boca entreaberta, etc).
Lógico que a exposição das cenas eróticas não eram o foco, mas ajudou a ocultar o interdito social da relação afetivo-sexual entre pessoas do mesmo sexo. É como se dissessem: "não é o fato de eles estarem em uma propaganda, mas como eles estão". Desse modo, a seleção das imagens, de uma certa forma, proporcionou a estigmatização, a estereotipagem, ao atenuar a erotização no casal hetero e acentuar no casal homo.
Apesar do deslize, a peça publicitária não se repetiu mais. O intedito social continua, pois as empresas não querem vincular o seu produto a uma outra norma de relação afetivo-sexual que não seja a estabelecida. Posar casais homossexuais em peças publicitárias significa um largo passo para uma sociedade alicerçada em valores cristãos e burgueses.
No máximo, modelos andróginos.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
GÊNERO E LETRAS DE MÚSICA DE FORRÓ
Acontece que no meio dessas linguagens também (e, sobretudo) estão as representações de gênero veiculadas por meio dos enunciados das peças publicitárias, das músicas, do vestuário, das performances de palco dos artistas, na performance do público, enfim, através das várias e diferentes materializações discursivas que engendram a ideologia de gênero, construindo relações assimétricas entre homens e mulheres.
Já o forró eletrônico apresenta uma outra relação de gênero onde o homem exerce completo controle sobre a mulher. Ele age, nomeia e toda a atitude atende aos seus propósitos, numa clara tentativa de reforçar a representação de masculinidade pautada no poder do homem sobre a mulher, colocando-a no duplo espaço de ação historicamente conhecido e questionado pelas feministas (regressão?): a rua e a casa. Vejamos um exemplo disso:
TEXTO 1(Letra de música estilo forró pé-de-serra. O discurso do homem desempoderado é retomar o poder e ele o faz buscando construir uma imagem positiva de si e negativa da mulher por quem desenvolve uma afeição que o subordina a ela)
TARECO E MARIOLA (Petrúcio Amorim)
TEXTO 2 (O homem nessa composição está em posição empoderada em relação à mulher. Observe que ele está na rua e a mulher em casa esperando por ele. O discurso mostra não apenas a divisão sexual dos espaços, mas que a diversão para o homem não envolve necessariamente a mulher, mas para a mulher seria imprescindível a presença do homem, reforçando a relação de dependência dela com ele.)
COMENDO ÁGUA
Aviões do Forró
Alô, tô num bar chego já
TEXTO 3 (O texto abaixo também faz parte do forró chamado eletrônico. A representação masculina é feita por meio do seu empoderamento em relação à mulher, desqualificada sobre o epíteto de periguete. A mulher faz parte da diversão do homem e esta, diferentemente da anterior (texto 2), está na rua e não em casa. Nas duas composições, a satisfação da mulher se restringe ao homem, tornando-o, desta forma, necessário. Vale ressaltar que na composição abaixo as idéias são reforçadas através de um jogo intertextual com a propaganda de cerveja Schin (Nova) cujo slogan é Pega Leve. A princípio a interlocução se dá com um tu (Ivete) que pode ser substituída qualquer mulher, inclusive Juliana.A quem se está dizendo para pegar leve? Estaria aqui um deslizamento de gênero?
IVETE
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
O PAGODE OU A DERROTA DAS MULHERES
"E toda noite ela quer fazer esquema,
pega um pega geral pra ela não é problema, no
carro, no cinema, ou no meio do mato estilo
cachorra ela fica de quatro." (Ela é dog, Oz Bambaz)
Pela visão masculina, a mulher para não ser rotulada e depreciada de "cachorra", isto é, prostituta, ela deve obedecer uma frequencia (qual seria?) de saídas e ter apenas um parceiro. Longe de me deter em um comparativismo, do tipo o homem pode fazer tudo isso sem ser depreciado, ao contrário, passaria uma imagem positiva de virilidade, a mulher teria ainda que limitar-se quanto ao "estilo". Esse discurso, digno de textos vitorianos, período da história da sociedade inglesa do século XVIII/XIX, quando a moral sexual era sustentada através da repressão sexual, sobretudo das mulheres, parece confirmar o que Susana Faludi, nos anos 80, chamou de reação ao feminismo. Tal observância do comportamento feminino perpassa pelos três aspectos mencionados - freqüência, quantidade e performance - categorizando a mulher pelo comportamento sexual que tem. O que está sendo dito no silêncio é que uma jovem (considerando o público que escuta majoritariamente essas composições) para não ser vista como objeto sexual, uma prostituta, precisa atentar para esses três aspectos citados. Também não quero dizer que o comportamento dessas mulheres aqui representadas expressam a sua liberdade, já que elas reproduzem muitas vezes o que a sociedade espera delas.
Vejamos outros versos:
"Diana, menina, danada, rosada, rodada, tarada;
Saiu pra que;
Eu vou varrer, eu vou varrer;
Eu vou varrer, eu vou varrer." (Dyana quer varrer, Oz Bambaz)
Esse trecho me chamou a atenção por conta do sentido de controle da mulher pelo gesto de SAIR. O espaço público ainda seria hostil às mulheres? "Saiu para quê?" não estaria questionando a mulher no espaço público e vinculando essa saída a uma experiência sexual? Esse pensamento está na base ideológoca do patriarcado (que alguns e algumas insistem em dizer que não existe mais) porque consiste em aprisionar a mulher no espaço doméstico. A mística feminina (Betty Friedan), que impunha um problema que não tinha nome para as mulheres de classe média norte-americana nos anos 60, combina-se a elementos mais contemporâneos e, num "remake", inscreve, no século XXI, no Brasil (e muito provavelmente em outros países também), mulheres de diferentes classes sociais, a um programa de reestruturação que inclui, novamente, a intervenção no comportamento feminino. O pagode baiano tem sido um espetáculo de ressignificações comportamentais de gênero para as mulheres que, sem outras alternativas que as valorizem, entregam-se à sorte ou ao pagode. Não existe para a mulher uma outra forma de se inserir que não seja pelo seu corpo, modelado, desejado, velado, destroçado, mas sempre corpo fetichizado pelo olhar masculino.
Inicio esse blogue fazendo uma homenagem póstuma a Betty Friedan, escritora norte-americana, feminista, que faleceu no dia 04 de fevereiro de 2006, portanto há quase três anos. Felizmente a morte não leva junto o pensamento e isso faz com que algumas pessoas entendam que o real sentido de imortalidade consiste nas idéias que são deixadas para a posteridade: o nosso legado. Em se tratando de Friedan, o seu maior legado foi nos ter deixado um precioso livro intitulado A Mística Feminina. Apesar de analisar as mulheres casadas da classe média norte-americana, podemos perceber o quanto o livro é atual e o quanto alguns mitologemas de gênero perduram na sociedade em que vivemos, para o infortúnio de mulheres e homens, portanto da humanidade.
Betty Friedan ao identificar os problemas das mulheres daquela geração e classe social chamou-os, de início, de "sem nome" porque não havia um nome para o que as mulheres sentiam e as levavam aos consultórios psicanalíticos. Um dos espaços questionados por Friedan era a mídia. Além dos depoimentos das mulheres, com a devida análise, Friedan questionou o papel da mídia na construção dos mitos de feminilidade - senha de acesso e de derrota para a mulher. De acesso porque sem eles as mulheres eram excluídas, não eram vistas como mulheres, de derrota porque ao aceitá-los, estava destinando para si mesma os limites impostos ao sexo.
As peças publicitárias e as revistas, sobretudo, eram vistas como veículo ideológico que reproduziam um modelo de comportamento feminino a ser aceito consensualmente. Essa discussão também está presente nas reflexões de uma outra escritora norte-americana que analisa a mídia interseccionando com as questões de gênero e mulher - Susan Faludi. Em seu livro intitulado Backlash, publicado nos Estados Unidos nos anos 80, e no Brasil dez anos depois, Faludi, afirma que as mulheres nunca alcançaram a conquista plena, como é alardeado pela mídia. Segundo ela, as mulheres teriam chegado perto, mas não o suficiente para desmontar a estrutura burguesa que tentou sedimentar as desigualdades das relações de gênero, há anos denunciadas pelas feministas de várias gerações e países. Faludi amplia a leitura midiática sobre a mulher, evidenciando um momento de reação nos anos 80, acrescentando leituras sobre filmes.
Betty Friedan, antes de Faludi, havia exposto que as mulheres da sua geração, a de 60, estavam confinadas ao lar, reduzindo seu potencial humano às tarefas da casa: cuidar do marido e dos filhos. A existência da mulher consistia em viver para o outro, definindo a sua identidade a partir dos papéis sociais de mãe e esposa, já que enquanto indivíduo-mulher, ela não existia para a sociedade. Faludi, vinte anos depois, mostra pontos de conexões entre os anos 50 e 80, mostrando que nos anos 80 houve uma reação contra a mulher da qual fez/faz parte a mídia."O estranho é que, à medida que a mística feminina se divulgava, negando à mulher profissões ou quaisquer compromissos fora do lar, triplicava o número de mulheres trabalhando em diferentes empregos. E' verdade que duas em três continuavam a ser donas de casa. Mas por que, no momento em que as portas do mundo se abriam finalmente para todas as mulheres, a mística negaria os sonhos femininos de um século?" (Friedan)